dizer mal de uma pessoa

Apercebi-me o meu nível de isolamento do mundo informativo e mediático atingiu um pico quando decidir ir votar uma semana antes da data das eleições  autárquicas e esbarrei numa escola deserta. Estava convencido que era aquele domingo. Tinha ouvido rumores, umas resportagens sem som nas tvs dos restaurantes, visto títulos em quiosques, lido status updates nos facebooks e apanhei umas conversas de café. Pensei que estavam mesmo aí as eleições. Afinal ainda faltava imenso, uma semana. Bom, não me orgulho disso. A vergonha e a falta de tempo em geral impediu-me de descrever aqui esse episódio caricato, mas simbólico.

Uma semana depois não fui votar, já não me apetecia, pois vi dois ou três noticiários para tomar uma decisão informada e comecei a ter sinais de depressão. Pelos vistos, so desses que dizem que está tudo mal e até defendem que as manifestações tenham mais impacto mediático por via da violência simbólica contra património estatal (ex: invasão do Parlamento e montagem de tendas de campismo da decathlon no hemiciclo) e depois nem vão meter um voto em branco, nem nada. Por isso, não tenho autoridade moral para criticar e emitir opiniões políticas. Mesmo assim, não queria deixar passar a oportunidade de dizer mal de uma pessoa da política de quem se calhar os meus leitores até gostam bastante, admiram e respeitam. Sei que é arriscado, mas vamos a isso: o Luís Filipe Menezes. Não gosto dele, nem um bocadinho.  Ao Luís Filipe Menezes, uma pessoa que em 1995 num congresso do PSD fez um discurso contra os “sulistas”, bastou atravessar para a margem Norte para levar uma valente coça de um independente parecido com o Phil Dunphy do Modern Family.