Perto do fim do 2º volume do excelente The Book of The New Sun the Gene Wolfe, urge fazer a seguinte reflexão. Está a suceder-lhe um pouco o mesmo que vi no Twin Peaks ou no Lost. Uma história começa relativamente densa, contida, factual, uma trama com suspense, temos referências, conseguimos manejar o universo da história. À medida que avança, começamos a pressentir que os argumentistas (neste caso o escritor) forçam um pouco a barra ao expandir cada vez mais o plano onde se movem as personagens e a esticar o abstracto, o surrealisa, o chamado mind fuck. É como se uma coisa fosse progressivamente mais e mais ambiciosa até abandonar as amarras da narrativa convencional. Eu por acaso gosto.