Recomendo este artigo de opinião de João Marques de Almeida do Observador sobre Liberalismo, essa palavra que em Portugal equivale sensivelmente a filho da puta. Andei há dias para escrever um texto sobre este tópico. Também sou liberal, mas devo dizer que sou mais coisas. O meu liberalismo vem muito por oposição à mentalidade vigente em Portugal, da esquerda à direita (que é tudo menos liberal, meus amigos, sejamos sérios). Eu olho para os partidos e para as pessoas e os seus discursos e o que vejo são papagaios. Ver 98% dos comentários dos portugueses sobre economia e é como ver opiniões sobre se Jorge Jesus devia meter o Nelson Oliveira a jogar em vez de o emprestar nos comentários da Bola.
Contudo, não me identifico com os liberais (grande novidade) e ando sempre às turras com os poucos que conheço, sobre discussões como a do salário mínimo. Eu penso que o liberalismo deve ser o ponto de partida racional para o resto, ou seja, perceber onde abdicamos do liberalismo para intervir, regular, redistribuir, mesmo que à custa do racional ou das liberdades individuais, oprimindo, traçando linhas, como a do salário mínimo, do RSI, da educação pública, da saúde pública, da regulação… É preciso ter noção das coisas, dos custos, mas assumir sempre escolhas morais e éticas que de facto são subjectivas. Contudo, essas escolhas morais devem ser sufragadas pelo eleitorado e deve haver liberdade para as discutir. É mais ou menos isso que penso, ficam a saber, espero que tenha sido elucidativo.
Foste, mas já gostávamos da Júlia 🙂