Finalmente percebi aquele cliché das mulheres do “não tenho nada para vestir“. A julgar pela minha filha, em poucas semanas, roupa e sapatos que servem perfeitamente a uma mulher deixam de lhe servir. Sempre a crescer ou a roupa a encolher, artifício dos fabricantes. E espalham as roupas todas em cima do trocador e ficam a olhar para aquele caleidoscópio de tecido em desespero. Porquê este comportamento em idade adulta? Porque já não têm um pai que pegue nelas e as enfie dentro de peças que sirvam, ao acaso, relativizando dessa forma a ditadura da imagem e das tendências. A minha filha até agora não tem qualquer complexo com o facto de chegar à escola em preparos que não traduzem a classe social a que pertence, isto é, a realeza.