Andar todos os dias com a máquina compensa. Isso e ir a correr para o Tejo em vez de almoçar logo, com medo que o nevoeiro se dissipasse.
Vi um sem abrigo a dar de comer às gaivotas e fui para o pé dele. Tirei 500 fotos. Lições a reter: lembrar-me de mudar para o modo de disparo contínuo rápido (a em5 consegue 9 frames por segundo) em vez do lento. Com o caos de gaivotas a voar, o timing é tudo para se formar um padrão interessante . O que é inesperado para os nossos sentidos é ver equilíbrio num instante em que de outro modo só vemos uma nuvem confusa.
A minha preferida acabou por ser – até agora, vou rever tudo com tempo – a do topo do post, por causa da justaposição da pose sugerindo quase umas escadas com degraus de asas. Tenho curiosidade em saber o que teria sido a foto umas décimas de segundos antes ou depois.
Outras duas… Na primeira queria sugerir 3 fotos diferentes enquadradas, mas só percebi depois o que teria resultado melhor. O ideal era a o plano da gaivota pousada estar vazio de gaivotas a voar e os outros dois cheios delas. Talvez meio segundo depois deste disparo isso fosse possível?
Luz. Há um céu azul por cima, o sol está num véu branco e a sudeste o nevoeiro é denso e cinzento escuro.
Já fotografei este local várias vezes e parece que há dias e momentos que colocam a barra da “melhor foto possível” de um determinado tema um pouco mais acima. Nenhuma das fotos foi satisfatória, mas é como se fossem convergindo para uma um pouco melhor que há de vir, pelo menos, uma que não tenha problemas técnicos. Aqui fui surpreendido, mas no 2º dia de nevoeiro + gaivotas, já levo a lição estudada e não perderei tempo com fotos que não resultaram.
Falar na luz de Lisboa é um lugar comum, mas depois de apenas uns meses a fotografar perto do rio, percebemos melhor o que pode implicar. O rio é um reflector tremendo e confere leveza a tudo o que seja iluminado por ele, desde fachadas a pessoas, mesmo longe dele.
Entretanto vou registando locais e condições onde fotografaria uma mulher e treinando com o que tenho. Aqui foi a Pitucha a sofrer com os testes com o reflector dourado para lhe realçar o pelo, um tipo de foto que faria a uma ruiva, loira ou cabelo castanho claro. Mas ficou toda contente com os resultados.
Eu não consigo simpatizar com gaivotas, essa ave do demo… por isso o meu voto vai para a última, porque colocaste o foco nos olhos da Pitucha e gosto de pormenores (ou detalhes, se preferires).
🙂 eu embirro com pombos. Mas estas gaivotas eram diferentes, tinham penas mais acastanhadas. Contudo, a Pitucha ganha, sim.
…estou estupefacta… as fotos do Tejo são simplesmente fantásticas. parabéns. a 3ª, com aquela luz à direita, o enquadramento perfeito. divina.
(as do cão, nem falo, porque eu sou uma aficionada em peludos 🙂
Ena obrigado!
a primeira foto está lindíssima. gosto dos bichos em 1º plano, contrastando com o céu.
(o cão é muito fotogénico).
Uau! O meu primeiro pensamento quando vi a primeira foto das gaivotas. Estão todas muito boas, mas a primeira mereceu um “uau” instantâneo. E também gosto muito da luz nas fotos da Pitucha (não sei exactamente o que é um reflector dourado, mas já tirei fotos ao meu filho com o sol do fim de tarde e sei que, com essa luz, o tom dourado do cabelo fica bastante favorecido).