78% mulheres, é um escândalo, mesmo ponderando pela cor da pele “branca” com um ponderador de 0.5 e mesmo vendo que nos executivos a proporação baixa para 60-40. Exige-se um boicote.
Esperem, talvez não seja uma forma de luta eficaz, a avaliar pelo que aparece no top de vendas, os homens já fazem uma espécie de boicote à leitura de livros.
the Texas-born Pierce left his hometown of Los Angeles several times over the course of his Gun Club and solo years to seek solace in the East. Despite the often-reported chaos of his lifestyle as a musician, he seemed ironically hellbent on escaping the material world and its judgmental trappings, and even to escape his body itself, in his case this desire manifesting itself in abject and continued assault on his liver. Even when he was settled for a time in the UK, his compass pointed to the East – he settled with a Japanese partner, Romi Mori (who eventually joined his band), spent whole weekends watching Japanese films and eventually saw Japan as some kind of final refuge for his imagination. He even made one last pilgrimage to Japan when he was by normal standards just too sick to travel, not long before the end of his short life. (…) Go Tell The Mountain (published by Henry Rollins on his 2.13.61 imprint and now a highly sought collector’s item on eBay) often has haiku-like inflections in his prose, which at times make it read as though it were originally written in Japanese and translated into English. It’s hard to know if this was a studied effort, or a reflection of the way Japanese culture had by then gripped his imagination to such an extent that he’d assimilated it on a much deeper level. aqui
acho uma coincidência curiosa e pode explicar em parte a minha empatia com a poesia (e a música) de jeffrey lee pierce. Também fui alimentando este fascínio pelo oriente como um lugar algo mítico, uma terra santa, leio sucessivamente o livro sobre os monges budistas maratonistas do mount hiei, inscrevi-me nos 168km da ehuunmilak à custa disso, leio livros de budismo, arte e cultura japonesa (o último foi o elogio da sombra de Junichiro Tanizaki), leio sobre taoismo… é só uma coincidência, mas não há dúvida que o meu lado mais místico, religioso, parece preenchido, a par do Benfica, pelo Oriente.
Prossegue, mais lento do que desejaria, por falta de tempo, uma aproximação a um método. Acabo por voltar muitas vezes aos mesmos sítios, observo e construo um catálogo. São os sítios de que me lembro. Há dias em que tudo se conjuga, como uma maré vazia com nascer do sol mesmo em frente.
Mas estava já no meu catálogo, pois passei um dia aqui a correr de madrugada e vi a mesma coisa. Só não parei para fotografar. Assim, quando uma insónia misturada com ressaca te acorda às 6:00 e vês pelo relógio do surf que a maré está vazia, sabes o que tens fazer.
Alterei o meu método previsto que era misturar as duas coisas, a viagem, o hike, com a fotografia. Percebi que levado ao extremo não resulta bem nem uma coisa nem outra. Tem de haver tempo para tudo. A fotografia vive melhor num concentrado, numa situação concreta em que é o objectivo, de outro modo começa a cansar e podemos esforçar-nos tremendamente para encontrar coisas interessantes horas a fio com fotos banais.
Percebi na minha série de fotos do Tejo neste local que é melhor nem sequer perder tempo a ir lá com a máquina com uma luz desinteressante, mas que nos dias em que está bom devo ir a correr para lá e cancelar qualquer plano para almoço.
um detalhe, o canto de edifício no ponto superior direito foto vem de ler Larry Fink elaborar sobre a importância deste canto de mesa na foto do lutador, no canto inferior esquerdo:
Não estou de modo nenhum a comparar a minha foto à brutalidade da foto de Fink, e há cisas que eu corrigia agora no enquadramento que falharam (não posso fazer nada quanto ao vaso com terra de que não gosto ali no meio) mas a noção de limitar o espaço e dar-lhe tridimensionalidade com aquela aresta, foi depois de ler Fink explicar por que motivo a sua foto é muito melhor com o canto da mesa do que sem.
Existe uma espécie de conjunto de ferramentas e possibilidades que vão entrando no subconsciente, mas é preciso prática e mais prática.
Continuo sem sugestões de sítios fantásticos para fotografar, tenho de ser eu a fazer tudo.
Os the gun club lembram-me muitas outras coisas que adoro, o estilo deles varia muito.
O que me surpreende mais nas canções acaba por ser a poesia fluída e algo sofisticada (o termo seria ‘literate’) de Jeffrey Pierce em fusão com a música que também oscila entre uma crueza e simplicidade e a sofisticação e delicadeza. Cria uma atmosfera fortíssima, empolgante, dramática, como se a música avançasse apaixonada por aí fora. Tenho de começar a ouvir estas coisas antes de fotografar ou mesmo durante.
Bad America
When I heard you
In my room last night
Lonely lemur calls
In my walls last night
When I was all alone
In the palm drunken night
When I was all alone
Bejeweled in the night
Pulsing we are hearts
But bleeding unlike diamonds
Tying up ourselves
But bleeding unlike diamonds
And it’s bad
But, it is bad America
Under the western sky
I looked up another thousand times
You colored my world violence
You made me warm when you hit me
With a nail in my arm
I was all alone
I could have die there
I was all alone
And I did not care
But, for a burning second
Of red love in the dark
But, for my burning hands
Grasping in the dark
And it’s bad
But, it is bad America
Under the western sky
I had this girl breath
Up and down my spine
But, that was a river ago
I knew you’d come in time
I was all alone
Though it was a sea ago
I was all alone
And where did you go
And there’s vein-like children
On the waterfront
Smack-rotting faces
On the waterfront
And it’s bad
But, it is bad America
Under the western sky
And there’s vein-like children
On the waterfront
Smack-rotting faces
On the waterfront
And it’s bad
But, it is bad America
Under the western sky
But it is bad America
Well, alright
JEFFREY PIERCE, The Gun Club
Lucky Jim
The rain has arrived at last
For which we had waited
The hawkers have packed up their stands
Nothing to be traded
The Soviets beside the Quay
Run back to the freighter
The terrace of the Rex Hotel
Is closed by the waiters
We need you, oh Lucky Jim
Where have you gone, oh Lucky Jim?
Your mistress has left her home
Gone back to the dances
The smoking dens are starting up
For life’s own enhancing
Nobody goes to the war
Since there’s none to go to
We just sit around the cafe bars
We sit waiting for you
We need you, oh Lucky Jim
Where have you gone, oh Lucky Jim?
Why did you ever go up north?
It is not for you
They’ll strip your little weak heart clean
Then what will you do
The Australians in the Bunny Bar
Are waiting your return
Everyone wants a piece of you
A piece of you to burn
We need you, oh Lucky Jim
Where have you gone, oh Lucky Jim?
We miss you here, oh Lucky Jim
Chorei copiosamente ao ouvir o absolute beginners agora mesmo, lembrou-me o impacto que a música teve quando eu era puto e suponho que tenha sido da emoção disso tudo.
Estou em processo de construção do meu site em que vou integrar fotografia e textos, talvez substitua este. O processo está a ser penoso. Não é tanto por me obrigar a pensar em quem sou eu, o que faço aqui, como na canção, e ver uma nébula hiperactiva e dispersa que tem de optar e deitar fora partes de si e vendê-las no olx a saldo, é mesmo a merda do wordpress e da ‘customização’ do template.
Agora a minha filha vai escrever coisas (estamos a ver o Barney e eu com o laptop ao colo)