e era bem boa. Mais um de 1969, bem refundido.
Música
que biolência
Muito jeitoso.
a sunny day in glasgow
para sempre amor golfinho
Connan Mockasin – Forever Dolphin Love
isto não é rock
Ghost Culture – Mouth
a sentir-se bem
Para além da nota de 20 euros toda amarrotada entre as almofadas do sofá, os Growlers foram outra boa descoberta que fiz em 2013, esta no campo da artes auditivas, artes que também é necessário preservar para educar o sentido crítico das gerações vindouras que nem sempre têm um saudável convívio com o património musical da respectiva época e das épocas passadas.
The Growlers – Feelin’ Good – Audiotree Live
grande público
Os blank realm são um exemplo de banda que passa despercebida do grande público e do médio público. Boa parte do pequeno público não os conhece também, creio eu. Sobra uma porção do pequeno público, a mais pequena, composta por hipsters anões que conhecem muito bem a discografia, categoria na qual não me incluo porque nem sequer conheço estes black realm. Depois este tipo de bandas costuma atacar o médio e o grande público de surpresa, de para-quedas a meio do cartaz de um festival qualquer e partem a loiça toda porque o tipo de som resulta muito bem ao vivo. Os anões hipsters ficam piursos quando pessoas do médio e grande público que estão no festival para ouvir Killers ou Arctic Monkeys ou Arcade Fire estão ali a gostar dos blank realms deles.
Blank Realm – Falling Down the Stairs
Blank Realm – Full Moon Door
toranja, mas em inglês
Assim dos discos de 2013, a nível de pop, não consigo destacar nenhum, mas uma das melhores canções será a You’re Not Good Enough dos Blood Orange.
De destacar também o meu cansaço dos Arcade Fire. Acho que o disco é bom e tudo, mas estou só cansado do rock de estilo ‘epicókupa’ que termina aqueles crescendos repetitivos à canção de angariação de fundos para vítimas de tufão com nome de cabeleireira de Almada. E a letra asinina da canção Afterlife fez o resto.
Can we work it out?
If we scream and shout ’till we work it out
Can we just work it out?
Scream and shout ’till we work it out?
repete 50x.
Muito mau para uma banda que escrevia letras como a da neighborhood #1, aquela que tinha a cena dele cavar um túnel pela neve da janela dele à janela dela, oh, essa era muito bonita e eu até nem sou sensível para esse tipo de coisas (cresci em climas moderados, nunca passei férias na neve sequer).
Afecto
ecos
A A. está a ensaiar uma peça e hoje eu a Fominhas Roupinhas vimos o Benfica juntos. Depois de festejarmos os golos, seguiu-se a habitual sessão de tortura de lhe tentar dar biberon sem ter à mão as maminhas da mãe, tão eficazes em induzir-lhe a paz de alma tão necessária ao sono repousado, pois as maminhas resolvem dois problemas de uma vez: fome e sono / birra. Sem a mãe, instala-se o caos nos hábitos e procedimentos tão bem determinados. Curioso, depois de umas horas a ouvir a Fominhas a chorar, continua ou intermitentemente, toda vermelha ou apenas em lamentos soluçados, noto que continuo a ouvi-la chorar quando está a dormir, como se fosse um eco ou uma alucinação auditiva. Todos os sons se parecem com ela a chorar e vou lá ver. Estou sempre a tirar os fones se oiço música, a desligar o aquecedor, a ouvir o silêncio e o todos os sons indistintos e ruído branco se metamorfoseiam em choro da Fominhas Roupinhas e naquele arrepio de stress de ter de passar por tudo outra vez. Vou dormir com o som a retinir, especialmente os gritos mais efusivos que ela dá. Em termos relativos, somos uns sortudos e não quero imaginar o que seria combinar isto com privação de sono, mas quero solidarizar-me com todos os pais deste mundo que passam por isso (ando em fóruns a ver e é tudo muito natural).