… para aquele momento em que, depois de uma noite de insónia, uma pessoa chega a correr ao topo do Parque da Bela Vista às 7:00 e vê o Tejo e o sol a nascer e é tudo muito bonito e uma pessoa até diz assim ‘ena pá’ e fica mais bem dispostinha.
Música
playlist
Deixo aqui no youtube uma das playlists que criei para utilizar nas corridas mais longas. Estas faixas foram testadas nas condições mais difíceis, ao longo de muitos quilómetros e exigiu muito suor derramado (pingado?) Ao contrário das típicas listas de workout ou corridas que encontro disponíveis, esta tem um ritmo aparentemente lento, mesmo com algumas faixas sem qualquer componente rítmica (ex, as duas de Boards of Canada) e com elementos que se fundem com a natureza disponível na 2ª circular e na avenida da república, bem como com o trânsito intenso de corredores no Estádio universitário de Lisboa, em total harmonia. O objectivo é criar uma paisagem sonora que não seja agressiva / cansativa e ao mesmo tempo que favoreça a indução de um estado de transe. Tem também variações dinâmicas para “acordar”, como a faixa de Ratatat por exemplo. Durante a corrida posso mudar para outras listas caso me apeteça (é permitido por mim fazer isso), nomeadamente uma de pop /rock que tem faixas do caneco. E pronto, também serve de música para Excel e eventualmente powerpoint. A ordem pode mudar. A melhor faixa para correr, de sempre, é a Open Eye Signal do Jon Hopkins e não, ao contrário do que se julga, a Eye of The Tiger. Essa até fica atrás do Living on a Prayer do Bon Jovi (tenho de fazer a minha lista de pop rock para correr).
Loud City Song, um dos melhores álbuns do ano…
…é de uma Júlia. Julia Holter.
In The Green Wild
Maxim’s I
This is a True Heart
etc.
Unknown Mortal Orchestra – So Good At Being In Trouble
danças das zebras felizes
Pode não parecer, mas estou muito contente, penso que desta é que é. Num fulgurante lampejo de génio, acessível apenas aos predestinados como eu, tenho a visão do “romance #2” todo na cabeça. Tudo. Outra visão, agora à página 70. Deve ser a 3ª ou 4ª visão, isto é por camadas. De visão em visão, até à desilusão final. Para festejar, uma música.
Mac DeMarco // “Ode to Viceroy”
NOBUNNY “Blow Dumb”
Nobunny “Blow Dumb” from Bobby Lewis on Vimeo.
thee Oh Sees – QUADROSPAZZED
thee Oh Sees – QUADROSPAZZED from tab_ularasa on Vimeo.
The Growlers live in Point Arena: “Her Command”
The Growlers ‘People Don’t Change Blues’
coros melanésios
Quando vi o belíssimo Thin Red Line (1998, Malick) chorei um bocadinho com o pungente canto melanésio do Choir of All Saints de Honiara, a God U Tekem Laef Blong Mi,especialmente os segmentos da história do private Witt (Jim Caviezel) no paraíso de uma população indígena afastada da civilização. Foi a única música incluída na banda sonora oficial, mas foram gravadas outras, como o também muito bonito Jisas Yu Holem Hand Blom mi.
Não é por acaso que o comentário mais votado de um dos videos da música no youtube é um irónico, mas sincero, “damn those onions“.
Apesar de não entender as palavras, a música por si só é comovente e transmite um sentimento de elevo espiritual e melancolia. São todos cantos religiosos cristãos e já desconfiávamos disso. O facto de serem corais relativamente simples, dá-lhes um som ameno e infantil, puro. Em Bach temos algo mais complexo e grandioso, mas no fundo, o princípio é o mesmo. A palavra é reduzida a uma mensagem minimalista, um som humano. Um é uma palhota simples numa selva e o outro uma catedral em direcção ao céu, mas ambos são manifestações que suplantam uma religião em particular e colocam o espírito em contacto com algo maior e universal.