Soa mal:
Madrasta. Em francês substituiu-se “marâtre” (som horrível) por belle-mère, o que, literalmente, querer dizer “bela mãe”. Também se usa para sogra. Fizeram-no para substituir o pesadíssimo marâtre que tem uma conotação fortemente pejorativa. Não é apenas o madrasta que soa terrivelmente mal. Enteado. Nora. Cunhado. Seja o que for, relativo a parentescos fruto de casamentos e não de sangue (primo, irmão, filho, pai, tio), soa tudo terrivelmente mal. Termos carinhosos como “mano” ou “papá” soam naturais. “Cunhado” é uma coisa para moedas. Madrasta tem sonoridade de caveira a rir-se no escuro. Nora remete para o rural da nora, no moinho, é tosco e rude. Enteado soa a “entalado”.
Soa bem:
Espalho, tralho, paspalho e outra coisa acabada em alho que me vêm à cabeça quando leio notícias sobre o torpedo de luxo que o Paulo Portas encomendou para os seus submarinos.
E genro ? Genro é uma palavra deplorável. Felizmente as pessoas não se medem pela sonoridade da sua condição familiar… Olha lá comadre ?! ( cu- madre). … Estranhíssimo.
Para o soa bem ficar nos trinques, só falta mesmo espantalho. Gostei.
esqueci-me da “comadre”, é horrível. E cumpadre não é mau.
Fazes a distinção, no fundo, entre parentescos e afinidades. Todos os que têm ligações de sangue connosco são parentes, daí os nomes soarem tão bem. Os que resultam do casamento, são afins – cunhadas são unhadas, lá diz o povo. E sogra, e genro, etc.
Já comadre, não é uma afinidade nem um parentesco. É o resultado de uma ligação não familiar, criada pela igreja (padrinhos de casamento e baptismo).
É levar na boa, e fazer como os ciganos, que se tratam pelo parentesco/afinidade: “Ó sogra!” 🙂