jim parsons e o big bang theory

Ainda não vi o Derek em que entra Ricky Gervais, mas o Big Bang Theory conheço de espreitar uns episódios e sentir algumas náuseas, o efeito que me dá o humor feito de clichés previsíveis em que se adivinha a punchline de cada diálogo e o público com o riso enlatado, a tenta forçar. Há uma coisa chamada Emmys, o Ricky e o Jim Parsons foram nomeados e ganhou o Jim Parsons, um actor muito bom, mas menor comparado com o Rick Gervais. Não posso dizer que é injusto não ter ganho o Ricky Gervais pois ainda não conheço o Derek e sei que ele tem altos e baixos próprios de quem tenta arriscar e inovar a cada novo projecto. Também não discuto que Jim Parsons é um excelente actor naquele papel, o que me deixa um pouco perplexo é a popularidade e aparente praise crítico do próprio Big Bang Theory. É para mim um mistério quase tão grande como o do Seinfeld. O Seinfeld ainda tem agumas atenuantes. Apesar de existirem séries contemporâneas e mesmo muito mais antigas que estavam noutro patamar mais avançado, a verdade é que o formato do Seinfeld era clássico, próprio do mainstream e estava bem escrito. Dava uma sensação de densidade por ter não uma, mas várias personagens interessantes (sendo o grande maluco Kramer a mais aborrecida para mim). Já o Big Bang Theory parece completamente anacrónico, como o para mim doloroso How I Met Your Mother. Até o tema do geek é batido e simplório. Eu sou semi-geek por vários padrões e conheço vários geeks e os geeks naõ são assim tão óbvios. Aquilo – e sigam-me por favor – é tão simplório como seria racista uma série em que retrassem negros daquela forma. Se o Prince de Bel Air fosse como o Big Bang Theory, então o Will Smith para além das macacadas, roubaria pessoas e traficaria droga. Falei no How I met YOur Mother. Ambas têm a personagem que é “um grande maluco” e que tem tiradas que são escritas como quem enche chouriço. As séries orbitam em torno de uma personagem que, fruto do talento do actor e da subsequente concentração dos argumentistas a mando dos produtores, acaba por sorver tudo em sua volta. O público ri por reflexo pavloviano. Já espera que ele diga aquilo ou faça aquela cara e ri de antecipação. É curioso que Ricky Gervais no excelente Extras, ironize com uma dimensão paralela altamente realista em que Ricky cede aos produtores e ao gosto do público e faz uma série cómica mainstream, daquelas com cenário, público com risos enlatados e onde ele próprio desempenha o papel de grande cromo cuja mera entrada em cena arranca gargalhadas e que tem tiques e trejeitos cómicos. Gosto cada vez mais do Ricky e do humor inglês, ‘do Sul’. Em todo o caso, a ideia que tenho dos Emmys é de serem uns prémios de merda, estilo óscares. Ligo aos Bafta por exemplo e ainda ao grande prémio do juri de Cannes (isto no cinema). E terminando o meu rant sobre prémios, aprendi a desconfiar fortemente do Sundance Film Festival, já vi demasiada porcaria hipster com o selo deles. Sobre o urso de Berlim, não tenho opinião.

7 thoughts on “jim parsons e o big bang theory

  1. O Derek é tão diferente de tudo o que já vi que às vezes acho que nem sequer é uma comédia, pertence a uma categoria à parte que ainda não foi inventada. “Kindness is magic”.

  2. Não conheço essa série “Big Bang Theory”. Já me foi várias vezes recomendada, mas sempre por gente em si pouco recomendável por isso nunca fui ver. E mesmo que fosse provavelmente não iria até ao fim. Na realidade, acho que desde o tempo do “Seinfeld” que não consigo ver nada na TV no género narrativo sem adormecer a meio. O que, atenção, em si só não tem nada de mal, antes pelo contrário: é bom adormecer e que seja no priíncipio, no meio ou no fim não é óbice essencial à apreciação de nada e muito menos de uma obra de arte, antes pelo contrário, repito. Porém a questão que se levanta é exatamente outra.

    Tens a certeza que não gostas do Seinfeld? Quantos episódios vistes? Olha que a grandeza da coisa não se apanha com meia dúzia deles?

    Assim de repente eu diria que há uma dúzia de verdadeiras obras de arte “televisivas”. O “Seinfeld” é concerteza uma delas.

    Somos capazes de ter aqui um problema grave.

  3. O Derek é mesmo muito bom. É uma comédia meio trágica e realista que chega a fazer chorar em certas partes. Não há como classificá-la. Provavelmente só um britânico a conseguiria fazer funcionar.

  4. 99% das pessoas que veem o Big Bang fazem-no devido aos glandulos mamarios da rapariga principal. aquilo foi bom durante 2 seasons. depois começaram a esticar a corda para render e perdeu-se. acho até que o Jim Parsons se arrasta para aquilo.

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